República Fundamentalista Cristã
Do site da Folha: República Fundamentalista Cristã
VLADIMIR SAFATLE
Um poder moderador vigia o debate político e impede que pautas de modernização social cheguem ao Brasil
FUNDADA EM 31 de outubro de 2010 após a expulsão dos infiéis do poder, a República Fundamentalista Cristã do Brasil apareceu em substituição à República Federativa do Brasil. Dela, ela herdou quase tudo, acrescentando uma importante novidade institucional: um poder moderador, pairando acima dos outros Três Poderes e composto pela ala conservadora do catolicismo em aliança com certos setores protestantes. Os mesmos setores que, nos EUA, deram suporte canino a George W. Bush. A função deste poder moderador consiste em vigiar o debate político e social, impedindo que pautas de modernização social já efetivadas em todos os países desenvolvidos cheguem ao Brasil.
Na verdade, a fundação desta nova República começou após uma eleição impulsionada pelo problema do aborto. Procurando uma tábua de salvação para uma candidatura que nunca decolara e que passou ao segundo turno exclusivamente por obra e graça de Marina Silva, José Serra resolveu inovar na política brasileira ao instrumentalizar politicamente os dogmas mais arcaicos deste que é o maior país católico do mundo.
Assim, sua mulher foi despachada pelos quatro cantos para alertar a população contra o fato de Dilma Rousseff apoiar “matar criancinhas” (conforme noticiou um jornal que declarou apoio explícito a seu marido). As portas de seu comitê de campanha foram abertas para os voluntários da TFP, com seus folhetos contra a “ameaça vermelha” capaz de perverter a família brasileira através da legalização da prostituição e do casamento gay (conforme noticiou o blog do jornalista Fernando Rodrigues). A internet foi invadida por mensagens “espontâneas” contra a infiel Dilma e o PNDH-3.
José Serra já havia dado a senha quando afirmou, em um debate, que legalizar o aborto seria uma “carnificina”. Que 15% das mulheres brasileiras entre 18 e 39 anos tenham abortado em condições indescritíveis, isto não era “carnificina”. Carnificina, para Serra, seria o Brasil importar esta prática tão presente na vida dos “bárbaros selvagens” que são os ingleses, franceses, alemães, norte-americanos, espanhóis, italianos, ou seja, todos para quem o aborto é, pasmem, uma questão de saúde pública e planejamento familiar.
Confrontada com esta guinada, a “classe média esclarecida” não se indignou. As clínicas privadas que fazem abortos ilegais continuariam funcionando. O direito sagrado de salvar a filha de classe média de uma gravidez indesejada continuaria intacto. Para tal classe, o discurso sobre “valores cristãos” era apenas uma radicalização eleitoral.
Quando o poder moderador, confiante em sua nova força, começou a exigir que o criacionismo fosse ensinado nas escolas, que o Estado subvencionasse atividades de proselitismo religioso travestidas de filantropia, já era tarde. Então, alguns lembraram, com tristeza, dos pais fundadores da República Federativa do Brasil, decididos a criar uma república laica onde os dogmas religiosos não seriam balizas da vida social. Uma república onde seria possível dar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. Uma República que morreu no dia 31 de outubro de 2010.
VLADIMIR SAFATLE é professor no departamento de filosofia da USP.
Serra diz que nordestino é um problema
Veja a partir dos 30 segundos:
“São Paulo tem muita migração. Né… Muita gente que continua chegando e tal, este é um problema…”
Governador tucano defende voto em Dilma
Do site da Folha: Governador tucano de AL defende voto em Dilma
O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), candidato à reeleição em Alagoas, defendeu o voto “Teoma” ou “Dilmonio” –Dilma Rousseff (PT) para a Presidência e o tucano para o governo– no último propaganda eleitoral que foi ao ar nesta quarta (29).
O programa mostrou uma eleitora dizendo ao candidato que é petista, que vota em Dilma para presidente e no 45 para o governo.
O programa de Vilela Filho não mostrou em nenhum momento o candidato do PSDB à Presidência, o tucano José Serra.
O ex-governador candidato Ronaldo Lessa (PDT) colou na imagem do presidente Lula, de quem tem o apoio. “O povo quer que o projeto de Lula possa continuar existindo no Brasil. Há um povo que que que continuo o projeto que fizemos”.
O ex-presidente Fernando Collor (PTB), que também é candidato ao governo de Alagoas, mostrou imagens dele abraçando pessoas, beijando.
Collor usou o espaço dos candidatos ao Senado e a deputado estadual do partido para sua campanha. Disse que venceu o debate de ontem e mostrou projetos já realizados quando foi governador de Alagoas e prefeito de Maceió.
A diferença entre o discurso e a prática – II
O discurso:
12/08/2010 – Serra promete construir 400 km de metrô em grandes cidades
A prática:
26/4/2010 – Média histórica de expansão do Metrô-SP é de 2 km/ano
(…)
Comparada a grandes municípios como a Cidade do México (200 km de metrô), Paris (213 km) e Madri (283,8 km), São Paulo fica tímida com seus 62,3 km de linhas. Enquanto a capital mexicana construiu 200 km de metrô de 1967 a 2000, a São Paulo fez 62,3 km de 1968 até hoje, com mais 12,8 km prestes a serem entregues.
Os investimentos mais fortes foram concentrados nos primeiros 20 anos, com a entrega das linhas 1-Azul e 3-Vermelha, um total de 38,7 km. De 1989 para cá, mais 20 anos, foram construídos 23,6 km. Dessa forma, além da necessidade de manutenção e modernização da rede, a cidade tem que correr atrás do prejuízo do baixo investimento feito até então.
22/4/2010 – Metrô: pane causa reação em cadeia
El Pais: Serra pode ser “humilhado” nas urnas
Do Portal Terra: Serra pode ser “humilhado” nas urnas, diz jornal espanhol
Uma reportagem na edição desta segunda-feira (20) do jornal espanhol El País afirma que o candidato à presidência pelo PSDB, José Serra, conduziu uma campanha eleitoral “suave” e “totalmente errada” e que o político corre o risco de sofrer uma “derrota humilhante” nas urnas.
No texto intitulado A surpreendente queda de José Serra, a enviada especial do El País a São Paulo, Soledad Gallego-Díaz, escreve que competir com a herdeira política do presidente Lula, Dilma Rousseff (PT), sempre foi uma “tarefa difícil”, mas que Serra complicou sua situação por cometer muitos erros e passou de “grande favorito a futuro grande perdedor”.
“Serra, de 68 anos, o bem-sucedido governador de São Paulo que passou toda sua vida se preparando para este dia e este cargo, pode enfrentar agora não só um fracasso eleitoral, como o fim de toda a sua carreira política”, escreve a correspondente.
A reportagem do jornal lista algumas das críticas à campanha de Serra que partiram de dentro do próprio PSDB. Segundo a publicação, o governador teria adotado uma campanha “suave” e “totalmente errada”, evitando fazer oposição direta e críticas mais duras ao “presidente mais popular da história”.
Serra inclusive chegou a usar a imagem de Lula em seus programas eleitorais. O jornal afirma que Serra é criticado por tentar se mostrar como “o verdadeiro herdeiro político de Lula”, em vez de utilizar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso na sua campanha.
El País também critica o primeiro slogan da campanha de Serra – “O Brasil pode mais” – considerado neutro demais. O El País afirma que alguns dirigentes do PSDB estão mais preocupados com o resultado da campanha eleitoral para os governos de Minas Gerais e São Paulo, com as candidaturas de Antonio Anastasia e Geraldo Alckmin.
Já a campanha de Serra concentra seus esforços nos últimos dias de campanha para tentar ganhar fôlego com os escândalos que levaram à demissão da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, auxiliar próxima de Dilma Rousseff na época em que a petista era ministra.
Ávaro Dias é contra crescimento elevado do Brasil!
“Eu, particularmente, não me conformo com esse crescimento que eu considero pífio”
Bom, ele está alguns anos atrasado. Veja a discussão que acontecia em maio do presente ano:
12/05/2010
O Brasil está crescendo rápido demais?
Se no ano passado a grande discussão entre os economistas brasileiros era saber se o país já havia se recuperado da crise mundial, neste ano a principal questão nas mesas de debate promete ser exatamente o oposto: o Brasil está crescendo rápido demais? Para uma parcela considerável de economistas e especialistas, a resposta é um sonoro sim.
E agora:
Mercado eleva previsão de crescimento do PIB para 7,34% em 2010
Bom, o vídeo é do final de julho (30/7). Ou seja, o Brasil já estava rampando geral à época.
É um desinformado mesmo. Ah, ele é do PSDB! hahahaha